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Os extremos da intolerância



Se há algo que nós cristãos dificilmente reconhecemos é que somos preconceituosos. Talvez não de forma generalizada, o que acredito ser verdade, mas alguns cristãos veem no pecado um mal, mas o confunde com o pecador. De modo que, ao desprezar o pecador pelo seu pecado, não estamos combatendo o mal de fato, mas sim seu portador. Há dois caminhos que acredito que fluam daqui.

A imagem de Jesus almoçando com pecadores causa repulsa no imaginário de muitos cristãos. Parece um episódio a parte, algo que podemos deixar de lado. Só que não. Parece estar bem claro que não existe pecado imperdoável, a não ser a incredulidade. De modo que não poderíamos, de forma alguma, rotular as pessoas com base no seu pecado, mas sim o pecado por si só, para que possamos resgatar as pessoas. A passagem de Lucas deixa isso bem claro:
Mas os fariseus e aqueles mestres da lei que eram da mesma facção queixaram-se aos discípulos de Jesus: "Por que vocês comem e bebem com publicanos e ‘pecadores’? "Jesus lhes respondeu: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento". (Lucas 5: 30-32 - NVI)
Então, nosso papel é ser agregador. Devemos pregar o evangelho a todos, sem exceção.

É lindo tudo isso, e um tanto desafiador, mas vamos com calma: Jesus não veio para institucionalizar o pecado de seus pecadores. Devemos aceitar o homem, e não seus pensamentos e práticas pessoais. Jesus veio cumprir as profecias, e, se tudo aponta para ele, logo, sua missão não se caracteriza como contraditória ao que passou, mas como um evento cumpridor de uma promessa. Não devemos lamentar quando um lugar se torne como a Sodoma destruída, da qual muitos veem como um "discurso de ódio" de um caráter passado de Deus, mas sim como a Sodoma pervertida, uma ruína moral que precedeu sua ruína física.

Devemos acolher os pecadores, não importando em qual nível de pecado estejam, mas nunca esquecendo que a hipocrisia de quem os renega é semelhante aos que os engrandecem. São dois extremos que temos que lhe dar, mas que os reconheçamos.


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Sobre Paulo Matheus

Esposo da Daniele, pai da Sophia, engenheiro, gremista e cristão. Seja bem vindo ao blog, comente e contribua!

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