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As desventuras de amigo Menino - IX

Capítulo 4 - Estudos, balões e rinocerontes.



Billy caminhava pela cidade deserta. Estranhou, pois a vira radiante a alguns metros de distancia. Não entendera o que se passava, mas continuava a andar por aquele lugar misterioso, algo transparente flutuava em um imenso buraco, onde refletia algo vindo do céu. Notara uma cor em comum, de quando era filhote ouvira falar de sua mãe: verde. Estava em tudo, em árvores, prédios e no próprio chão. Mas era tanto tempo desde sua infância até aquele presente momento que não lembrara direito da cor, devido estar agora acostumado a um mundo apagado que era o planeta Carbono. Imaginara que aquele planeta pequeno que tanto avistara quando pequeno fora seu destino, e agora retornara do lugar donde fora tirado. Mesmo com aqueles prédios que para ele, não tinham a mínima utilidade, estava em casa. Tinha sossegado, estava sóbrio e calmo, entrando em um estado de troca de respiração, pois viviam em um lugar nada respirável. Afinal, estava de volta, pois ouvira falar na sua infância, agora de seu pai, que o planeta onde nascera era enorme e destemido, curioso e extremamente bizarro. Talvez, em bizarro aqueles prédios se encaixavam, pensou Billy para si, e logo repetiu em voz alta, pois era o único ser vivo naquele lugar, intitulado Southtown.
Suas curiosidades nunca antes exploradas começaram a brotar num segundo a flor da pele. Começou a vasculhar aquele lugar do sul. Tinha a leve, mas nada absoluta impressão que era observado. Apenas se confirmou quando alguém se aproximou ao horizonte daquela rua silenciosa e misteriosa. Não tirando os olhos no ser que se aproximava, esqueceu completamente de suas laterais. Nisso pularam dois para cima dele. Fora atado e levado para um lugar, situado em uma praça em meio ao centro. Lá o observaram com extrema cautela. Esses observadores não ultrapassavam os cinco mil. Era a população da cidade em peso, contemplando aquela criatura bizarra. Billy nada respondia. Mesmo com sua desconfiança de sempre, Billy percebeu que aqueles seres estranhos nada de mal queriam dele. Apenas gesticulavam estranhamente.
No meio da multidão se aproximavam sete jovens encapuzados. Estes que não eram percebidos acabaram por raptar Billy do local onde estava sendo analisado. Logo eram percebidos. Trocando em miúdos, estes eram os maus e a população em si, era boa. Suas histórias e a da cidade hão de ser contadas após...





James Saturno estava começando a penar. De acordo com a bússola meio arcaica das tropas de Müllre, eles haviam desviados enormes jardas do suposto caminho. Quem não estava gostando nem um pouco era João Júpiter.
- Acho que fui enganado, e a morte de quem fez eu cometer este grave erro não bastará como vingança! – disse ele olhando furtivamente ao pobre e condenado James -, talvez sua raça seja extinta após isto.
- Desculpe, mas sei o que estou fazendo. Pensas que sou filho de qualquer, pois se engana. Sou filho de Joca James, líder de uma raça que sempre se lembrará!
Júpiter riu gananciosamente.
- Claro que lembrarei, era a raça mais esquisita que já tinha visto!
James, ou o Gordo, ouvia sem poder revidar. Sua vida estava em jogo, se não a perdesse por completo ali mesmo. Procurava assunto para despistar o interesse de genocídio do doido varrido que era a figura de João Júpiter. Este que se mostrava impaciente a cada dica de James, que se mostrava mais inseguro em suas falas.
- Vejo que é de família com sobrenome de planeta, maldito, disse Júpiter.
- Somos bons como vocês, mas apenas como guias. Espero não decepciona-lo. Sei direito onde estou indo.
- Pouco me importa que acerte ou não: morrerás assim que chegar seja daqui a dois trias ou dois anos, quando vier o dia, te empalho e te boto como busto no palácio do governo, seu rato! – Júpiter não parava um segundo de ser irônico, mas bebia um liquido de absorção desconhecida pelos cientistas de 500 anos atrás, tal de “Tola de Minueto”. Isso o deixava calmo e sem atenção para nada. Quanto mais ingeria, mais Saturno conversava, e tão logo, percebera a recaída do líder por um simples liquido inofensivo. -, está olhando o quê, rato abostalhado...
Logo eles estavam no monte sul, um dos únicos restantes nas campinas da antiga Argentina. Queriam descanso, com isso, o subtenente comunicou ao líder o apelo dos combatentes.
- Senhor, necessitamos de descanso imediato, algumas baixas foram constadas agora devido a fome e cansaço, caminhamos a dois trias sem parada de descanso e alimentação. Peço sua permissão e logo aviso ao batalhão...
- Quem disse que concordo. Peça a quem estiver cansado que mande correr a frente. Não recrutamos fêmeas, e sim machos! Já basta.
O subtenente não sabia o que dizer, tamanha a grosseria fora dita pelo alterado líder de Müllre. Nascia ai a primeira desconfiança do antigo perfeito líder, que logo se espalharia por todas as tropas que ali estavam.



Já era possível avistar Southtown. O primeiro a ver fora Maisá, que não esquecera dos detalhes que vinham após a passagem do morro. Assim mesmo, estavam a 6.900 jardas da cidade. Foi quando os aventureiros encontram o último dos moicanos, quer dizer, o último ser antes do povoado. Juca Pascoal, 2.20m de altura, um brutamonte. Ele morava com os gêmeos monstros do sul, Zé Galo e Zé Pato, conhecido como os “Good Monsters do sul”. Não lembrando bem de quem eram, hostilizou até saber da quem se tratava:
- Quem são vocês? Se estão vindo a ordens de João Júpiter preparem-se para morrer.
Como de costume, o velho Popogenic’s, o mais dócil do bando, tratou de apresentar a quem invadia tais terras, com aquele jeito de velho mago, semelhante aqueles do Age of Empires.
- Somos quem podemos ser... Na verdade somos viajantes e viemos, sobretudo, pedir-lhe ajuda na nossa busca. Somos fugitivos de Müllre.
- Pois bem, são dos meus – sentou-se em uma rocha carbônica. Após fazer um “jeitinho”, escorregou e caiu.
- Quer ajuda, velho amigo? – perguntou Popogenic’s.
- Não, seu velho safado!
Mesmo sem lembrar quem era o velho Popogenic’s, Juca Pascoal tratava os de boa aparência bem, sendo feito o contrário as criaturas de má aparência. Iria sobrar para o Iceberg.
Nosso amigo Menino, não querendo mais papo, abriu logo o jogo:
- Senhor, não estamos brincando. Queremos achar a cidade perdida do sul, e rápido.
O brutamonte entendeu 60% do que Menino proferira.
- A CIDADE PERDIDA DO SUL. Bem, e o que tem ela?
- Queremos achá-la! – disse Popogenic’s, impaciente.
- Só por cima do meu cadáver! – exclamou o brutamonte, e ninguém, nem mesmo os gêmeos monstros entenderam a decisão.
Um dos monstros deu um assobio enquanto o outro acalmava o sub-mestre atucanado.
Sem que nossos amigos percebessem, garças da altura de um elefante albino (espécie em extinção na época). Elas tinham asas fedorentas, mas lhe serviam para um passeio aéreo sublime. Foi o que constataram nossos amigos, que foram voando pelas coxilhas abertas sulinas. Passaram-se algumas horas de sobrevôo, quando o pior acontece. Uma tempestade de balões atormenta a região. Na verdade, para os desinformados, balões eram policarbonatos opacos, com seu interior recheado de diamantes. Para fins de mais esclarecimentos, o diamante já não era tão valioso assim, e na nova escala de Mohs, ocupava ainda a décima posição, perdendo para Gnaisse Story (11º), Quartzo titanizado (12º), Aço plastificado com Césio³ (13º), Biotita, Xistos e Feldspatos derivados da Montanha Stone tone (14°) e o mais dúctil, Coração não-arrependido. Os menos dúcteis variam de Calcários ao cérebro de Iceberg.
Bem, nesta tempestade de balões, algo estava errado. Como de costume, a tempestade em vez de cair, normalmente ela emerge. Só que desta vez, precipitações estavam indicando uma chuva de balões vindo do céu.
As garças começaram a perder altitude, perdendo totalmente o controle. Uma delas, onde viajava Iceberg, vai para em uma encosta, que parece um abismo propriamente dito. Os outros se escondem debaixo de montanhas. O interessante é que a tempestade nem ao menos havia começado. Os balões liberavam radiações gama(Y), que prejudicava a visão e tato dos Yesterdays. Mas ninguém ali era um Yesterday. A explicação mais óbvia era o costume da agora raça dominante. Quando se aproximava uma destas tempestades em Müllre, todos se escondiam muito antes de ela começar. Era sempre o mestre Klun que previa estas catástrofes.


Enquanto isso, num desfiladeiro extremamente íngreme, onde antes servia para observação no parque do Caracol, em Canela, agora não passava de um mero cenário carbonífero. Apenas os fumantes do futuro achavam graça naquilo. Alguns deles reuniam-se para ver o pôr-da-fumaça. No fim da antiga escadaria, onde o rio secou séculos atrás, encontrava-se João Júpiter. Ainda paciente, e com a população resmungando fome aos seus pés, esperava que aquelas rochas aos seus pés descessem como havia dito James Saturno. Este havia saído para fazer necessidades do futuro, e desapareceu da vista do imperador dos Yesterdays.
- Maldito!
Ordenou que as tropas seguissem o rastro do Rato, que não devia estar muito longe. Procuraram de cabo a rabo, em tudo quanto podiam desconfiar, mais nada.
- Mas como? Um rato obeso como aqueles sair tão rápido assim, ao menos que nestas paredes tenham alguma passagem secreta.
Após dizer isto, apoiou-se em uma rocha incrustada na parede. Nada aconteceu.
- Eu disse, “ao menos se houver uma passagem secreta aqui!”.
Tornou a fazer o gesto, desta vez em outro lugar. Os habitantes da grande Müllre mal podiam reclamar das loucuras do imperador, pois estavam sem energias para continuar. Passaram-se algumas horas, o imperador já havia dado a volta entorno do morro duas vezes, sem achar nada que o levasse a uma passagem secreta.
- Acho que estas passagens aparecem quando a gente menos espera! – proferiu o prefeito da cidade unitária de Yesterdays do mundo. Dito isto, começou a pular encima do solo onde pisava.
- Eu disse “quando a gente menos espera!” – e continuou a sapatear sobre o solo.
Um dos soldados tomou a liberdade de conduzir o resto para outro lugar.
Mal sabia João Júpiter que era observado.

Enquanto isso, na cidade almejada por todos, estava-se enfrentando uma turbulência nunca antes presenciada. Aqueles homens encapuzados que levaram Billy nunca haviam se mostrado. As autoridades responsáveis pela cidade estão à procura destes, mas eles evaporaram literalmente. Mas sabiam os “Southtowneses” que eles trabalhavam num arranha-céu no centro da cidade. A certeza era evidente pela não permissão de visitação ao prédio. O destino da cidade estava ameaçado.


Enquanto isso (Parte 3), no local onde estavam os habitantes de Müllre, Xaropink’s Xarope solta a boca de James Saturno, que prende para não sussurrar.
- Obrigado, estranha criatura, por me salvar! – disse Saturno.
Xaropink’s ficou emocionado, pois estranha criatura era um elogio tão grandioso como qualquer outro. Como não sabia falar, agradeceu o elogio batendo com a cabeça na parede rochosa. “Mas que imbecil!”, pensou James.


Voltando ao contexto principal, durante a tempestade de balões, um fato inédito aconteceu. Um rinoceronte que se banhava no mar de piche, salvou Iceberg das garras de uma garça (?). Explica-se: Após caírem no abismo, Iceberg caiu por cima da garça, vomitando após, também por cima da garça. Até ai tudo bem, o pior é que Iceberg havia vomitado um pedaço de frango que havia ingerido na casa de Oteromequitá. A garça não admitiu tal insulto e começou a correr atrás de Iceberg, que por fim fora salvo pelo rinoceronte.
No fim das contas, todos voltaram ao normal.
Entretanto, faltavam apenas 3,11 milhas para alcançar a cidade do sul. O que aguardariam a todos os que chegassem até a cidade? O que seria do futuro terrestre? Qual é a derivada da função abaixo?
F (x) = x³ + 4x² + 12x? (Utilize a regra de cadeia).
Continua...
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Sobre Paulo Matheus

Esposo da Daniele, pai da Sophia, engenheiro, gremista e cristão. Seja bem vindo ao blog, comente e contribua!

1 Comentário:

Anônimo disse...

Paulo Matheus, gostei muito do seu blog.Você tem esmero.

Abraço.

www.blogdoza.blogspot.com