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Ponto de Vista


O deserto era um lugar feliz. Os camêlos tinham motivo para comemorar. A tespestade de areia havia passado e agora seria só festa e alegria. Mesmo ainda faltando zilhões de quilômetros (em escala desértica) para chegarem a Ylostubule, havia esperança que a sede iria demorar a chegar. Os mercenários, quer dizer, legionários estavam otimistas, apesar de mal saberem onde estavam. Como a região era de profunda intervensão magnética, as bússolas estavam sem crédito nenhum. Mas nada que um legionário experiente não desse conta do recado, sendo que o único a ter feito uma viagem pelo Saara ali, era bebê na época.

Agora deixando um pouco de ser otimista.

O deserto era terrível. Os camêlos tinham vontade de beber, ou seja, estavam na chamada 'capa da gaita'. A tempestade de areia até passou, mas o que ela causou de estragos e ferimentos não tinha passado de fato. Ainda continuava os zilhões de quilômetros, e em escala um tanto convencional para o caso... (bem, digamos que num raio de 2000km² não havia civilização ou qualquer que fosse o benefício para o camboio...). Ylostubule havia virado lenda urbana, quer dizer, desértica. E os supostos legionários estavam chorando mais do que um bebê recém nascido (ou seja, o mais experiente estava batendo seu próprio recorde...). Tudo estava perdido.


Vejamos agora outra situação...


Martin estava jogando bola. Ele era um garoto feliz. Ele tinha todos os brinquedos que um pirralho de 7 anos poderia ter (que inveja eu tenho dele, mesmo tendo 20). Martin tinha tantos brinquedos, mas tantos mesmo, que ter amigos era algo tão distante... seus colegas não conversavam com ele. Não por antipatia ou por contágio de Catapora... na verdade todos sabiam que brinquedos substituiam amigos. Era lei. Lei Infantil de Incentivo ao Isolamento por Brinquedos. E estava sendo vigente naquele bairro. Um bairro muito isolado dos outros. Se chamava GardenGameOver. No concurso de pior bairro organizado pela prefeitura de Tiriricafield, ufa! Ficou em segundo, ao menos, apenas perdendo para a Alameda LostDreams...

Bem, voltando ao assunto, Martin na verdade não tinha nenhum amigo sequer, porém, tão pouco tinha os brinquedos ostentados no início da descrição... Mas ele tinha uma imaginação preciosíssima, ele imaginava ter tudo, e quanto menos tinha, ''mais'' tinha, compreenderam? ''Mais'' tinha. E os meninos de sua mesma idade só não eram seus amigos que Martin não tinha brinquedos. Só por isso.
O Bairro era bom sim...


Mais uma... Não, chega.


Quando chega o inverno, cadê o verão? E vice-versa. Quando acabamos de tomar um suco de laranja, melhor seria o de uva. E vice-versa. Quando acabamos de comer, mesmo satisfeitos, dizemos que não estava lá essas coisas... As vezes acontece. Como diz um amigo meu, 'não existe comida ruim, nesses casos não há é fome'. E vice-versa? Não necessariamente. Há casos em que existem comida e não fome. Outros fome e não comida.


Essas duas histórias apenas demonstram alguns pontos de vista. Algumas vezes enchergamos diferente uma situação. Encarar com dificuldade algo bom, achar que tudo vai bem, quando na verdade tudo não passa de ilusão. Criar situações pessimistas ou benéficas a troco das aparências, ou por puro capricho... As vezes não podemos encarar algo como se fosse mal ou ruim, as vezes também é bom encarar o que se está vendo ou vivenciando, sem devaneios ou distorções. Acho que de vez em quando é bom saber como vão as coisas e aprender a lidar com tudo com os olhos abertos.

Acho que eras isso (ah, já ia me esquecendo, Martin, o menino estranho, é na verdade o cara do comboio do deserto do Saara. Isso explica muita coisa...).

PMSS
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Sobre Paulo Matheus

Esposo da Daniele, pai da Sophia, engenheiro, gremista e cristão. Seja bem vindo ao blog, comente e contribua!

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