Era
outro dia e Anthony tinha uma pergunta melhor:
2)
Duramos muito ou pouco?
Essa
era uma questão de honra achar uma resposta. Entre seus amigos, ele
ouviu, e muito, os seguintes dizeres: "o ser humano vive tão
pouco nesse mundo" e "os dias se arrastam sem ter o que
fazer". Ele não podia entender como as duas afirmações era
verdadeiras ao mesmo tempo. De um lado, não temos tempo para fazer
tudo o que queríamos, e, com a mesma intensidade, temos tanto tempo
para fazer uma porção de coisas que o gastamos fazendo todos os
dias a mesma coisa.
Bem,
se ele utilizasse alguns parâmetros, encontraria sentido nas duas
afirmações. Por exemplo, se o seu universo existe há 13,3 bilhões
de anos, viver 80 anos nele não chega nem perto de observar as
coisas realmente mudarem. Por outro lado, se o problema for tempo
para viajar pelos cantos do mundo, poderia durante viajar por 50 anos
e passar três meses em cada país (que pode parecer pouco para
conhecer a Rússia e muito para conhecer Mônaco).
De
qualquer forma, Anthony já sabia essa resposta. Ainda que parecesse
fácil, ninguém a considerava definitiva. Ainda assim, escreveu:
"Vivemos
o necessário. Mais ou menos do que isso, provavelmente, não
seríamos assim".
O
simples e óbvio fez com que ele imaginasse se isso fosse diferente:
se vivêssemos menos, talvez viveríamos em um aquário ou
sobrevoando avidamente um excremento, ou se vivêssemos mais, andando
vagarosamente em Galápagos...
Tinha
de rir um pouco. Não queria fazer sub perguntas, mas isso tudo
levava a um pensamento: por que as pessoas deixavam para pensar nisso
quando estão mais velhas? Seria pela falta de tempo? Ou excesso?
Resolveu andar um pouco na beira de uma praia rochosa no lugar onde
estava. Pensou em pescar algo e depois andar devagar. Duas coisas que
levariam tempo. Mas o tempo certo.
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