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O que uma coisa e um sinal são

2. Toda instrução é sobre coisas ou sobre sinais; mas as coisas são aprendidas por meio de sinais. Agora uso a palavra "coisa" em sentido estrito, para significar aquilo que nunca é empregado como sinal de qualquer outra coisa: por exemplo, madeira, pedra, gado e outras coisas desse tipo. Porém, não a madeira que lemos Moisés lançada nas águas amargas para torná-las doces, nem a pedra que Jacó usou como travesseiro, nem o carneiro que Abraão ofereceu em vez de seu filho; pois estes, embora sejam coisas, também são sinais de outras coisas. Existem sinais de outro tipo, aqueles que nunca são empregados, exceto como sinais: por exemplo, palavras. Ninguém usa palavras, exceto como sinais de outra coisa; e, portanto, pode ser entendido o que eu chamo de sinais: essas coisas, a saber, que são usadas para indicar outra coisa. Assim, todo signo também é uma coisa; pois o que não é uma coisa não é nada. Tudo, no entanto, também não é um sinal. E assim, com relação a essa distinção entre coisas e sinais, quando falo de coisas, falarei de tal maneira que, mesmo que algumas delas também possam ser usadas como sinais, isso não interfira na divisão do sujeito segundo o qual devo discutir as coisas primeiro e assinar depois. Mas devemos lembrar com cuidado que o que temos agora a considerar sobre as coisas é o que elas são em si mesmas, não de que outras coisas são sinais.

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Santo Agostinho

Sobre a Doutrina Cristã. Livro I.

Disponível em CCEL.

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Sobre Paulo Matheus

Esposo da Daniele, pai da Sophia, engenheiro, gremista e cristão. Seja bem vindo ao blog, comente e contribua!

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