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As desventuras de amigo Menino - V


cont. cap. 2


E aconteceu que Billy, ao avistar um pinheiro, surpreendeu-se a principio, pois era coisa indiferente ver algo assim no planeta Carbono (nome de como era reconhecido o antigo planeta Terra atualmente). Para ele, vida era coisa impossível de se pensar, era inimaginável. Sabia, porém, que era um pinheiro, pois ouvia estas histórias quando pequeno. Também notara mudanças climáticas, como a princípio, nuvens brancas, que o impressionou como nunca. O ar também não era tão pesado como os demais lugares por onde passara na Terra. Ao pé do morro onde estava, chovia ralamente, e para completar seu dia diferente de toda a sua vida, lhe caiam sobre a face água, objeto que possuiu valor mais alto que o ouro em tempos da seca terrestre, e tão raro atualmente, com esse tal de Cinamomofthefuture.
Mas seu objetivo o guiava ainda por estranhas luzes que vinham do horizonte e, de fato, encantavam seus olhos como se voltasse a ser criança, imaginava estar em uma das histórias de seu pai.
Agora estava a menos de um quilometro do que lhe parecia um simples devaneio. Mas, era real.


Muitos quilômetros dali, João Júpiter, como era de se esperar, estava preparando algo jamais feito, mais por falta de força do que a própria vontade. Isto, após o comentário de que Menino havia atingido as proximidades da “cidade do acaso”. Intrigava-se só de saber (também, ele é o vilão desta história) que Menino e seu comparsa haviam feito algo que agradasse o povo. Que era totalmente oposto ao conselho que pôs Júpiter como líder da manada.
Seus planos envolviam ataque em massa contra Menino e quem estivesse com ele.
Mas ele era extremamente influenciado em suas decisões por sua mãe. E era uma senhora de 80 anos (considerada neste período entre anciã e múmia). Dona Velca V. Tonta Júpiter era de origem interiorana do planeta em questão. Mas não era nenhuma bruxa, apesar de andar sempre com uma vassoura e de ter nariz de gancho. Qualquer ato que não fora consultado com a mamãe, era chineladas (que neste período eram modelos Preguin’s Vale, aonde vinham acoplados preguinhos a fim de proporcionar conforto e faíscas, de interesse infantil) na certa. E João obedecia sem hesitar.
Mas, nas últimas eventualidades de decisões maléficas, ele mandava a Dona Velca para um centro de oxigenação (lugar onde pessoas podiam respirar o antigo ar que habitava nosso planeta; na opinião dos que já tinham experimentado, tais como parentes de lideres e ricas autoridades, era uma sensação muito agradável). Se entrasse lá, era certo que demorava a sair.
E assim foi na decisão atual de impedir menino de alcançar a temida, para ele, Cidade do Sul. Seus planos, basicamente, era destruir qualquer fonte de informação para o viajante. Sabia ele da existência de João Pascoal. Este, inclusive, era velho amigo de Júpiter. Foram colegas de turma do colégio Yesterday High School. Lá, eram conhecidos como the siemens brothers, pois viviam juntos. Um colega deles, chamado Pitanga Murcha (apelido de guerra, caso acontecesse algum dia), dedurou os dois implantando uma bomba caseira no armário da professora de matemática. Eles alegaram na direção que o nome dela os revoltava (onde esse futuro vai parar?). O nome que causou este alvoroço era Joaquina Microsoft Peralta Follow You.
Mas isto não ficou barato. Júpiter e Pascoal pegaram Pitanga fora do colégio. Os levaram para um lugar desconhecido do caminho de volta. Encontraram uma patente, conhecida por Lizard Patents. Não deu outra, jogaram o pobre Pitanga lá dentro. Nunca mais se encontrou ele, mas em casa, Júpiter foi massacrado a puxões de orelhas e deixou-o de castigo até completar a faculdade. Tinha ele oito anos.
Pascoal, no entanto, fugiu de casa, para desespero de seus pais. Com isso, Dona Velca dobrou a pena de Júpiter, que apenas foi solto dois anos antes de virar líder da manada.
Foi com isso que Pascoal conheceu o mestre Klun-Pling Anonymus. Com ele, aprendeu todas as técnicas conhecidas por Menino. Isto lhe garantiu um punhal, merecido aqueles que passam nos testes do mestre.
Sendo assim, Pascoal era objeto a ser eliminado por Júpiter, não muito por ser um informante de Menino, mas por ter o deixado de castigo tanto tempo.



Menino percebeu a movimentação de algo no horizonte. Eram as sombras de Oteromequitá. Não apenas ele, mas seus amigos orangotangos alados. Eram criaturas horríveis, mas muito domesticáveis, uma vez que falam pouco. A exemplo de suas inteligências serem muito abaixo do normal, se deram muito bem com Iceberg, um baita desmiolado. Também pudera, Iceberg fora criado na vila dos orangotangos alados, conhecidos como a primeira espécie a se adaptar ao novo habitat.
Os três foram recebidos muito bem por Oteromequitá, que os convidou para jantar. Mal sabiam eles que ele estava de dieta, e não comia praticamente nada, e exonerando uma dispensa.
Bem, depois da confusão na hora da janta, era o momento do papo-furado.
- Deixemos de lado as desavenças... – disse Menino, meio azedo.
- Que desavenças? – perguntou cinicamente Oteromequitá.
Nisso, um dos orangotangos abre o bico:
- Babaloo?
- Moonwalker!
Sem entender nada do que disseram, o velho Popogenic’s começou a tratar do assunto tema da visita:
- Bem, Sr. Oteromequitá, não estamos aqui para tomar seu tempo. Precisamos saber com urgência o caminho mais curto ou o que vá direto rumo para a Cidade do Sul
- O horizonte fértil?! – perguntou Otero, com cara de pato assustado.
- Isto mesmo.
- Bem, já nem me lembro direito onde fica, até por que tenho péssimas lembranças de lá.
- Não tem nem idéia para que lado seja?
- Talvez sim... Acho que tenho guardado o livro que usei para chegar lá. Num minuto, já lho digo. – disse, levantando-se e tropeçando em Iceberg, que sentado no chão, praticava jogos da velha riscados no chão mesmo, com uma orangatanga fêmea alada.
- Levanta daí! – retrucou Menino, enxotando o pobre Iceberg, que ganhava o jogo.
Após meia hora, Otero volta com o livro embaixo do braço:
- Vocês tiveram sorte, este aqui iria virar pano de chão!
- Então, está aí mesmo o caminho? – pergunta ansioso Menino.
- Bem, já não sei ler direito, peguem podem procurar...
- Era só o que me faltava, um possuidor do punhal do mestre Klun não saber ler, é o fim da picada! – zomba Menino.
Contudo, fora de grande utilidade o livro de Otero, é o que veremos agora.
Ao saírem da casa do velho pançudo, entraram em uma floresta negra. Sabia Popogenic’s que existiam sete florestas negras no planeta. Mas aquela, vista do horizonte, tinha dimensões gigantescas. Fazia 120° naquele momento. O primeiro a ficar acovardado fora Iceberg. Depois de prometer casamento a jovem Orangatanga alada, agora estava perdido e talvez não exercesse a promessa.
A floresta era terrivelmente assustadora. Claro, para os humanos. Na verdade, um Yesterday tinha como pensamento principal que eram os únicos no mundo. Porém, desconheciam propriamente o planeta, e normalmente engoliam suas teorias sem fundamentos.
A cada passo que davam, Iceberg se mijava mais. Menino só aceitou sua presença com ele por pura caridade, pois Pato Donald era “um baita trovador”, falando gauderiamente.
Em certo ponto do caminho, o trio encontrou uma pedra gigante, com arestas definidas, sem marcas do tempo. Eles examinaram com luzes de juçabá (termo indígena de origem tabajara, que significa “luz projetada por um campo luminoso de fibras ópticas”). Notaram a seguinte inscrição: “Wo das volk die macht ausübt, ist der frieden in sicheren händen”. Era um dialeto muito estranho e, aparentemente antigo. Mas Menino procurou no livro e encontrou um pequeno dicionário de alemão, língua daquela inscrição. Logo traduziu para Popogenic’s: Onde o povo exerce o poder, a paz está assegurada.Ao pronunciar estas palavras, algo diferente aconteceu. Uma luz azul envolveu os três viajantes, lhes proporcionando uma visão de imagens sobre algo jamais visto por um Yesterday.


continua...
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Sobre Paulo Matheus

Esposo da Daniele, pai da Sophia, engenheiro, gremista e cristão. Seja bem vindo ao blog, comente e contribua!

1 Comentário:

Paulo Matheus disse...

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